Capítulo III - Adolescência e sexo

Cheguei aos meus 18 anos, época importante, a hora que um menino virava homem e todos os rapazes contavam suas peripécias sexuais, que faziam e aconteciam e claro eu contava também, com a única diferença que as minhas eram mentira. Eu cheguei aos 18 anos e o único beijo na boca que havia dado na vida foi aquele que a Manoela me roubou, mas eu precisava manter a pose, me mostrar o garanhão, o bom, mesmo quando não era nada disso.

E lógico isso me incomodava demais, estava na flor da idade, com os hormônios em ebulição, precisava de sexo, mas não sabia como. Vivia em uma cidade pequena e as meninas eram recatadas demais e as que não eram recatadas ou era minha irmã e ela não contava ou não queriam nada comigo por eu ser um tímido desajeitado, a impressão que eu tinha era que Gustavo e Rodrigo viviam a mesma situação que eu, mas também não admitiam.

Um dia achei uma revista debaixo da cama do meu irmão e essa revista tinha uma propaganda com uma mulher de calcinha e sutiã, vocês têm noção nesses tempos de playboy, sex hot o que era ver uma mulher de calcinha e sutiã apenas em 1938?

Peguei a revista, levei pro colégio e cobrava dinheiro pra que os outros meninos vissem, até que a diretora viu um menino folheando, tomou a revista e o colocou de castigo. Lógico que ele contou de quem era a revista e eu fui chamado em sua sala.

Diretora: Doido, você ficou doido?

Doido: Desde que nasci senhora diretora  

Diretora: Você está debochando de mim?

Doido: Claro que não senhora diretora

Diretora: Explique-me essa revista

Doido: Pela capa ela fala de rádio

Diretora: Eu falo dessa página!! Dessa!!!

Doido: Nossa senhora diretora, a senhora tem revistas com mulheres assim? É pecado, o padre Pinheiro não vai gostar

Um detalhe pra vocês da minha personalidade, eu era tímido, desengonçado, mas era e até hoje sou debochado, muita gente não gosta desse aspecto de minha personalidade e a diretora foi uma delas, não viu graça e chamou meu pai no colégio, posso dizer que a surra doeu. 

Ganhei uns trocados, uma surra e continuava com meu problema, sexo, eu precisava de sexo. Um dia Rodrigo me confidenciou que seu pai tinha muitos animais no sítio que morava e que tinha umas cabras muito jeitosas e que de vez em quando ele praticava com elas, estranhei e perguntei o que ele queria dizer com “praticava”.

Ele disse que a cabra parecia uma mulher e que na falta da mulher as vezes ele utilizava a cabra para se satisfazer, fiquei espantado, falei que aquilo não era coisa de Deus, que o padre Pinheiro iria excomungá-lo quando soubesse, Rodrigo perguntou se eu não queria experimentar um dia pra ver como era, topei.

Alguns dias depois fomos ao sítio, Rodrigo assoviava e chamava “Mimosa, Mimosa, hei Mimosa”, chamava de um jeito carinhoso, parecia que já eram íntimos. Nisso aparece uma cabra, andando em direção a ele, parecia rebolar, gostar daquela situação, chegou perto, Rodrigo fez um carinho na cabra e disse “é sua”. Eu fiquei constrangido e argumentei que eles pareciam íntimos, que ela era sua namorada e eu não queria atrapalhar a relação, ele ficou fulo da vida e perguntou “vai ou não?” disse pra ele ir antes e que depois eu iria.

Deixei os dois lá namorando um pouco e saí de perto pro casal ficar mais a vontade e pensar como iria escapar daquela situação constrangedora, quando estava encostado numa árvore pensando na vida ouço um grito e saio correndo para ver o que tinha acontecido.

Vou de encontro aos dois e vejo Rodrigo desesperado engatado na cabra, perguntei o que havia acontecido e ele me respondeu que ficara preso, ainda perguntei “como assim preso?” e ele desesperado gritou “preso!! Não quer sair !!”. Eu não sabia se ria ou se me desesperava e perguntei o que fazer, Rodrigo respondeu que não sabia, mas implorou para que eu fizesse alguma coisa. Depois de muito pensar respondi que iria fazer e que ele não saísse dali, peguei a bicicleta e saí correndo, ao longe ainda consegui ouvir um “seu filh..da put..e eu vou pra onde com essa cabra engatada???”

Procurei pelo Gustavo por toda a cidade, consegui encontrá-lo na igreja ajudando o padre Pinheiro a organizar a missa, fiz vários psius e ele não me ouvia, até que gritei “Gustavo!!”. Padre Pinheiro reclamou, pediu respeito com a casa do Senhor e o Gustavo veio ao meu encontro perguntar o que eu queria. Falei em seu ouvido, ele saiu correndo comigo e nem deu tempo pro
padre falar nada, pegamos nossas bicicletas e fomos para o sítio.

Lá encontramos o Rodrigo na mesma situação, Gustavo deu uma risada, Rodrigo soltou um palavrão e eu falei que
aquela era uma situação seria,  não era momento pra rir, bem eu tentei falar essa frase mas no meio dela comecei a gargalhar, ficamos eu e o Gustavo gargalhando e o Rodrigo nos chamando pelos piores nomes possíveis.

Cinco minutos depois, quando cansamos de gargalhar, Rodrigo perguntou se já estávamos satisfeitos e poderíamos ajudá-lo, Gustavo contou que a única solução era levá-lo no hospital. Rodrigo se desesperou, disse que tudo menos isso, que já estava até se acostumando em ficar engatado com a cabrinha e que não havia mais problema.

Nenhum dos três sabia dirigir, coube ao Gustavo a missão de pegar o caminhão do pai. Ele pegou a direção, sentei ao seu lado e atrás na caçamba em pé o Rodrigo engatado na cabra. Pra tentar colocar um pouco de dignidade na situação colocamos um lençol em cima da cabra e assim ninguém saberia o que estava acontecendo, mas logo na segunda curva o lençol voou e deixou Rodrigo exposto com a cabra para todos nas ruas verem e rirem, não notamos que o lençol havia voado, então ele foi assim até o hospital.

Chegamos lá e não tinha médico, apenas uma enfermeira, a Fabíola. Que por um grande azar e ironia do destino era o alvo da paixão do Rodrigo, entramos primeiro eu e Gustavo no hospital e ela nos perguntou o que havia ocorrido, dissemos nada, que era melhor ela sair e ver com os próprios olhos, ela saiu conosco e quando olhou soltou um grito “Rodrigo !!! “ ele chorava, tentava esconder o rosto com a camisa e balbuciava “eu vou matar vocês”.

Com jeitinho, não seu qual foi, ela conseguiu que os dois desengatassem, o pai de Rodrigo e Gustavo foi buscá-los, Rodrigo andando com extrema dificuldade e Gustavo rindo. Não
sei porque, o que ocorreu, mas aquilo ajudou o Rodrigo com a
Fabíola e eles começaram a namorar.

Cheguei em casa e meu pai já me esperava com o cinto na mão, minha irmã gargalhava, minha mãe pedia para que meu pai não me batesse, mas adiantou nada. Me pegou pela orelha e subiu a escada comigo para me bater, acabei entrando de bode expiatório, sobrou pra mim, subindo a escada ainda ouvi o Tadeu falando “era melhor você ir na zona”, enquanto subia pra apanhar pensei “é isso, a zona”.

Esperei passar uns dias e procurei Gustavo e Rodrigo falando que ali estava a solução de nossos problemas, na zona. Rodrigo relutou um pouco devido ao trauma da cabra, Gustavo já se mostrou mais empolgado, combinamos que no fim de semana iríamos até lá e finalmente eu conheceria o mundo do sexo.

Botei a minha melhor roupa, a roupa de missa, encontrei os dois na praça e partimos pra zona, chegamos lá e estava bastante cheio, muitos homens bêbados, gritando, cantando, se divertindo, mulheres nem tão bonitas assim, mas com certeza melhores que uma cabra. Sentamos numa mesa e pedimos cachaça, a senhora que nos atendeu voltou com três copos de groselha, engolimos a groselha como se fosse cachaça e ficamos olhando o movimento. As horas passavam, era grande a rotatividade, o entra e sai dos quartos e os três lá tímidos, sem tem o que fazer.

Nesse momento três mulheres se aproximam e perguntam se podem sentar com a gente, atrapalhados respondemos que sim e puxamos cadeiras para que sentem, pedimos bebidas e a senhora entrega cachaça para as meninas e groselha para a gente. Papo vai e papo vem, Gustavo e Rodrigo estão animados conversando com as suas duas enquanto eu ficava praticamente
em silêncio com a que estava ao meu lado.

Só tive coragem de perguntar seu nome, ela respondeu que se chamava Magali, até que ela era bonita, loira, seios fartos, na hora quis ser um nenenzinho..mas além de não ser um estava completamente tímido, perguntei se ela estudava, ela riu e disse que a escola dela era a da vida, que nela tinha aprendido tudo e poderia ser uma ótima professora pra mim.

Engasguei com a groselha. Ela acendeu um cigarro, deu uma baforada no meu rosto e disse “você nunca esteve com uma mulher”, fiz cara de desdém e contei que tinha estado com muitas, que mulher era o que não faltava pra mim, ela olhou sério e repetiu a frase “você nunca esteve com uma mulher”, respondi que não, não tinha. Ela pegou na minha mão, disse que estava na hora de conhecer uma e me puxou, nisso os outros dois casais acompanharam, falamos com um senhor que estava no balcão e entramos em um corredor, eram os quartos.

O quarto não era grande coisa, era um cubículo com uma cama mal forrada, um travesseiro rasgado e um calor dos infernos. Entramos, ela me mandou tirar a roupa, tirei e pela primeira vez fiquei nu na frente de uma mulher. Ela me olhou de cima a baixo, riu e perguntou se eu não iria tirar os sapatos, pois é, estava pelado de sapatos e meias, pedi desculpas e retirei. Ela mandou que eu me deitasse e contou que eu iria ver estrelas.

Na hora que ela começou a tirar a roupa em vez de ver estrelas, comecei a ouvir barulho, era uma grande gritaria de mulheres, perguntei o que ocorria e antes que alguém me respondesse
ouvi um grito me chamando. 

Botei a ceroula, saí do quarto e encontrei o Gustavo também
com ceroula e a mulher que estava com o Rodrigo dizendo que ele estava morrendo. No quarto Rodrigo estava tendo um ataque epilético.

É..vocês não sabiam que ele sofria de epilepsia? Pois é,
até aquela noite eu também não. Segurei sua cabeça enquanto o Gustavo desenrolou sua língua, eu nunca tinha visto o Rodrigo ter um ataque epilético e ele resolveu ter na hora que eu iria transar pela primeira vez.

Em poucos minutos meu pai e o pai deles chegaram na zona, meu pai irritadíssimo me pegou pela orelha e disse que em casa conversaríamos, a conversa dele era surra de cinto, o pai dos meus amigos fez o mesmo com eles. Mas notei que o Gustavo sorria ao deixarmos o local, perguntou pra ele o motivo daquele sorriso e ele respondeu “deu tempo”.

Estava difícil pra transar, começava a pensar que provavelmente iria morrer virgem.             

 









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