AS ELEIÇÕES DO RIO DE JANEIRO



*Coluna publicada no blog Ouro de Tolo em 19/10/2014

Além das eleições presidenciais que tomam conta do país e devem fazer parte do próximo UFC algumas outras eleições ocorrem no Brasil dia 26. Para governador nos locais que ninguém foi eleito em primeiro turno.

O Rio de Janeiro é um deles.

E que eleição complicada a do Rio de Janeiro!! Que candidatos complicados os fluminenses tiveram que escolher esse ano!! Pezão, Crivella, Garotinho, Lindberg..O drama continua porque teremos um segundo turno entre dois candidatos que não inspiram total confiança.

Luiz Fernando Pezão. Conhece? Sim, hoje você, especialmente o morador do Rio de Janeiro, conhece já que seu nome foi bem massificado nessas eleições. O que por incrível que pareça muitos não sabem é que ele é candidato a reeleição. Sim reeleição, porque ele é, pasmem, governador do Rio de Janeiro. 

Pezão foi vice de Sergio Cabral nos últimos oito anos e virou governador no início do ano com a renúncia de Cabral. Vários foram os motivos que levaram a renúncia. Primeiro Cabral achou que se elegeria senador e para isso precisava deixar o cargo. Desistiu no meio do caminho do projeto. Cabral saiu para que seu vice se tornasse um nome conhecido e assim mantivesse o PMDB no poder mais 4 anos.

E dessa forma impede Pezão de tentar uma reeleição em 2018 já que seria um terceiro mandato abrindo oportunidade ao prefeito carioca Eduardo Paes vir na mesma. Eleição que considero barbada já que ele deve sair muito forte das Olimpíadas em 2016. 

Resumindo. Pezão, hoje favorito a vencer a eleição,é mais um poste que surgiu para iluminar a perpetuação no poder de alguns políticos. Prática que começou a se tornar comum com as eleições de Luis Paulo Conde no Rio e Celso Pitta em São Paulo apadrinhados por Cesar Maia e Paulo Maluf respectivamente.

Seu adversário teve a vaga caindo no colo. Marcello Crivella deve agradecer a Deus todos os dias por ter posto Anthony Garotinho em seu caminho. Essa vaga poderia ter sido de Lindberg, mas esse disputava eleitores com Pezão e manteve o nível de votação ridículo do PT fluminense. Foi de Crivella que disputava eleitores com Garotinho. 

Crivella é da igreja evangélica como Garotinho, Crivella faz assistencialismo como Garotinho. Mas Crivella nunca foi governador do Rio, não tem alto índice de rejeição e não caiu em desgraça como o pequeno garoto.

Vendeu a ideia de ser um cara simpático e ficha limpa enquanto Garotinho se complicava com ataques de adversários e briga com a Rede Globo. Perdeu a vaga para Crivella no dia da eleição.

Mantendo a tendência das eleições brasileiras de 2014 o segundo turno é uma mistura de Zorra Total e Gigantes do ringue. Uma farsa que faz dar risos constrangidos. Pezão resolveu deixar de lado o jeito boa praça para atacar em baixo nível Crivella associando o mesmo a igreja Universal e provocando medo em parte da população que tem ojeriza a igreja de Bispo Macedo.    

Um medo com sentido. A Universal cada vez aumenta mais seu tamanho, seus tentáculos e dominar um estado como o Rio de Janeiro seria muito importante nesse seu crescimento. O outro lado dessa campanha também provoca medo e tem seus podres, mas pouca coisa apavora tanto quanto o fundamentalismo religioso.

Resumindo: O povo do Rio de Janeiro ta fu..ta fundamentalmente entre a cruz e a caldeirinha, numa sinuca de bico. Povo, aliás, que é esquisito porque ao mesmo tempo em que deu votação maciça a Marcelo Freixo deu a Jair Bolsonaro.

Povo de cabresto que trata o local que mora como capitania hereditária elegendo filhos, irmãos e parentes em geral de políticos. Um coronelismo de frente pro mar e com vista privilegiada.

Mas as eleições de 2014 tiveram seus bons momentos como a derrocada final de Cesar Maia e isso abriu margem a dois nomes que surgiram muito bem esse ano.
Um é o professor Tarcísio Motta, candidato a governador pelo PSOL. Começou com seus 1, 2% tradicionais de candidatos nanicos e começou a sobressair nos debates. Nas últimas semanas ganhou foco com fotos suas caindo em rede sociais curtindo carnaval. O que poderia ser jogado contra contou a favor e no fim Tarcisio quase venceu o PT. 

O outro é um gigante de 1,68.

Romário se candidatou a deputado federal em 2010 com muitos torcendo o nariz achando que era mais uma celebridade oportunista tentando um empreguinho fácil.

Mas o baixinho surpreendeu. Foi voz forte no congresso, apresentou propostas, enfrentou poderosos e teve mais de 60% dos votos para o senado humilhando o outrora poderoso Cesar Maia.

Detalhe. Ninguém dessa vez votou no ex-jogador de futebol e sim no deputado de grande trabalho.

Romário, para mim, hoje é o político mais forte do Rio de Janeiro e seria favorito a prefeitura de nossa cidade em 2016 (ele disse que não quer). Vocês podem dizer “Romário? Ta de sacanagem?” eu respondo com outra pergunta “Quem então?”.

Marcelo Freixo? Vamos ver se o PSOL tem cacife pra isso.

Enquanto isso vamos rezar para que o governador eleito faça uma boa administração. Que Deus não se esqueça que não temos apenas evangélicos no estado ou que a gente não tome um pezão na bunda.  

Deus...taí, ele que fez do Rio de Janeiro o local mais bonito do mundo.

Eu votaria nele. 

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