AMOR: CAPÍTULO X - AS PRIMEIRAS CRISES




Estava tudo muito bom, estava tudo muito bem. Com bom emprego, a mulher que eu amava, um filho querido, não poderia querer viver mais nada. Vivia o melhor momento de minha vida.

Mas como encerrei o capítulo anterior. A felicidade era provisória e um problema surgia.

Camila.

Na noite que transcrevi anteriormente, eu acalentando meu filho, esse problema deu alguns indícios.

Deixei o pequeno Gabriel no berço e fui me deitar. Ao deitar dei um beijo na testa de Camila que reclamou dizendo “me deixe dormir”. Deitei, puxei a coberta e ela reclamou que eu estava fazendo barulho.

Comecei a perceber que eu ficava bem mais com Gabriel que Camila. Minha esposa não amamentou muito, o leite secou e eu passava as noites dando mamadeiras e cantando para ele enquanto ela dormia.

Camila andava afastada, arredia e mal pegava Gabriel. Brigava comigo também, muitas vezes sem motivos e eu tentava entender o porque. Nossas vidas mudaram muito.

Eu tentava argumentar, tentava entender e ela sempre dizia que agora éramos pai e mãe. Nada seria como antes.

Um dia procurei minha mãe e meio sem jeito conversei com ela sobre a situação. Contei tudo o que ocorria e ela me disse “Camila ta com depressão pós parto”.

Perguntei como podia isso e dona Hellen me contou que era mais comum que se imaginava. Orientou para que a levasse a um médico.

Cheguei em casa e encontrei Camila sentada chorando e Gabriel abrindo o berreiro no berço. Com calma peguei nosso filho e vi que ele tinha feito cocô. Dei um banho nele, coloquei fralda nova, passei talco e rapidamente ele estava dormindo.

Sentei frente a frente com Camila, que ainda chorava, peguei sua mão e perguntei porque ela chorava.

Camila, ainda chorando, apertou forte minha mão e respondeu “não sei, vi o Gabriel chorando, não sabia o motivo e me desesperei”. Levantei, dei um abraço em meu amor e disse que venceríamos isso juntos.

Camila concordou comigo e consultou um médico. Foi indicada a uma psicóloga para trabalhar essa depressão pós parto.

Enquanto isso Osmar continuava adorando sorvetes. Quase todos o dias ele ia até o mercado em que minha mãe trabalhava para comprar.

Minha mãe sempre foi uma pessoa arredia, nem sei como meu pai e Pinheiro conseguiram conquistá-la um dia, mas aos poucos Osmar se mostrava um cara gente boa, gentil, respeitador e ganhava sua amizade.

Uma tarde, como em muitas, Osmar foi comprar o sorvete e minha mãe não se conteve perguntando “Realmente não tem essa marca de sorvete perto de você?”.

Osmar, num arroubo de coragem, chamou minha mãe para almoçar. Dona Hellen ficou lhe olhando apenas e ele completou “Você tem horário de almoço, não tem? Vamos lá, vamos conversar sobre nossos filhos”.

Minha mãe acabou aceitando.

Foram almoçar perto do mercado, em uma comida a quilo. Minha mãe brincava que Osmar era um empresário, homem importante e só devia ir a restaurantes chiques, não devia estar acostumado com locais como aqueles.

Enquanto Osmar servia cerveja para os dois respondeu “é verdade, são muitas reuniões, muitas vezes indo a restaurantes chiques, mas quer saber? Prefiro aqui”.

Minha mãe sorriu e enquanto brindavam Osmar disse “eu sou povo Hellen, eu nasci em local pobre, não pertenço ao mundo chique, sou daqui”.

Minha mãe estava cada vez mais encantada com aquele homem. Passaram horas sorrindo, falando amenidades, de nós, do neto, do problema de Camila até que minha mãe percebeu que estavam atrasados e voltaram ao mercado.
 
Voltando o gerente deu uma bronca em dona Hellen dizendo que estava atrasada e seria descontada em seu dia. Osmar perguntou quanto era. O gerente perguntou “O dia?”. Osmar respondeu “Não, quanto custa o mercado, quero comprar”.

Minha mãe sorriu sem jeito e disse que não precisava. Osmar deu um beijo em sua mão se despedindo e dizendo que se precisasse era só falar com ele que comprava o mercado.

No fim da noite minha mãe saiu do mercado cansada, tendo que andar até o ponto quando ouviu buzina. Era Osmar.

O homem lhe pedia para entrar, ia dar uma carona. Minha mãe recusou dizendo que não precisava e já pegaria um ônibus. Osmar insistiu, disse que aquela hora era difícil passar ônibus, além de ser perigoso até que ela aceitou e entrou.

Foram conversando até chegar na casa e Osmar se despediu dando um beijo no rosto. Minha mãe agradeceu, desceu e antes que entrasse ouviu Osmar dizer “amanhã compro mais sorvete”.

Osmar foi embora e minha mãe ficou na porta acompanhando o carro partir. Nisso ouviu um “oi tia Hellen” que lhe assustou. Era Bia.

Minha mãe se virou e reclamou do susto. Bia desconfiada respondeu “vim ver minha mãe, tudo bem com o Toninho?”. Minha mãe respondeu que sim. Ficaram um tempo em silêncio até que Bia teve coragem e disse “tome cuidado tia”.

Minha mãe perguntou com o que e Bia respondeu “ele é casado e a mulher dele é uma jararaca. Tome cuidado”.

Dona Hellen agradeceu e disse que já era bem grandinha e sabia se cuidar entrando logo depois.

Sim, ela era grandinha. Não, ela não sabia se cuidar, principalmente quando o assunto é amor.

Nesse assunto ninguém sabe se cuidar.

Osmar chegou em casa e encontrou Suely jantando sozinha. Perguntou se o homem iria jantar e ele respondeu que estava sem fome.

Osmar deu um beijo em sua testa e passou. Suely enchia um copo de água quando perguntou “mais um rabo de saia Osmar?”.

O empresário respondeu que não sabia do que a mulher falava quando ela completou “Sempre assim, sempre você tem que arrumar um rabo de saia na rua pra aumentar sua autoestima, mas um dia vou me cansar e não vou mais aceitar isso”.

Osmar olhou firme para Suely, disse “tenho pena de você” e foi embora subindo as escadas. Suely continuou a refeição e comentou sozinha “não vou mais tolerar isso”.

Casais estavam em crise e outros tentavam acabar com a sua, como a nossa. Camila começou a ir regularmente ao psicólogo e parecia melhorar, pelo menos cuidava melhor de Gabriel, se aproximando dele.   

Cuidava bem dele, levantava de madrugada pra ficar com ele. Enfim virava mãe.

O problema era comigo.

Camila andava irritadiça comigo, me dando vários foras e a minha paciência começava a se esgotar. Quase todos os dias discutíamos e muitas vezes por bobagens.

Já eram distantes os dias que nos surpreendíamos e nos amávamos com o fogo dos apaixonados. Nossos meses de casamento passavam e não existiam mais velas pela casa, dublagens de músicas, nem “jantares especiais”. Completamos um ano de casamento e comemoramos em um sushi onde ela reclamou o tempo todo do atendimento e da comida.

Gabriel fez um ano e fizemos uma festa no play do prédio. Ficamos distantes um do outro a maior parte do tempo e meu amigo Samuel percebeu perguntando o que ocorria. Respondi que nada e ele completou “vocês estão muito diferentes. Cadê aquele casal apaixonado? O casal modelo?”.

Ri e perguntei se achavam mesmo que éramos casal modelo. Samuel respondeu “vocês são o sonho de todo mundo que quer se apaixonar um dia”.

A festinha rolou, cantamos parabéns e no fim eu e Camila arrumávamos tudo após os convidados irem embora. Parei e perguntei se Camila sabia que éramos considerados casal modelo.

Camila sem olhar pra mim respondeu “Modelo de que? Que piada”.

Assim era nossa convivência.

O tempo passou e Samuel lembrou que se aproximavam os dez anos de nossa ida a Saquarema. Dez anos!! Como passaram rápido!!

Tudo era tão diferente dez anos antes. Os quatro mosqueteiros. Eu, Samuel, Guga e Jessé. Além da Bia.

Éramos felizes, inocentes, unidos, cheios de sonhos, achávamos que nossa amizade era indestrutível e seria para a vida inteira. Quem poderia supor que a vida inteira de Jessé duraria tão pouco? Quem poderia supor que minha amizade com Guga não seria para a vida inteira?

Comentei com Camila que iríamos a Saquarema cumprir nosso ritual prometido dez anos antes. Ela dava banho em Gabriel e parecia não dar muita atenção. Perguntei se ela iria.

Camila perguntou porque iria já que não fazia parte do grupo. Respondi que também fazia dez anos que nos conhecemos, dez anos do atropelamento. Camila desdenhou respondendo “essa data não tem nada a ver comigo, pode ir”. Fiquei olhando para ela triste com sua resposta enquanto Camila reclamava que eu não estava ajudando no banho.

Camila realmente não quis ir e apesar de minha decepção decidi não pensar mais no assunto. Minha curiosidade agora era saber se Guga iria.

Tempo que não via meu ex-amigo, doía pensar nele assim, ex- amigo. Pois bem, tempo que não lhe via e não sabia e ele ainda se lembrava da promessa e se cumpriria.

Fui para a rodoviária e logo depois chegou Samuel. Quinze minutos depois chegou Bia, ainda falava Guga.

Esperamos por duas horas até que Samuel comentou “acho que ele não vem”. Bia ainda manteve as esperanças “vamos, de repente ele vai direto”. E dessa forma fomos para a região dos Lagos.

Fomos os três viajando de ônibus. O clima não era de tanta alegria e euforia como dez anos antes. Éramos mais velhos, mais maduros e já apanháramos muito da vida. Viajamos em silêncio cada um perdido em seus pensamentos.

Os meus estavam perdidos em vários fantasmas, várias pessoas. Pensava em Guga pensando se ele iria. Pensava em Camila, mulher que eu ainda amava muito e não sabia como solucionar nossa crise e pensava principalmente em Jessé.

Jessé não amadureceu, não envelheceu. Ficou pra sempre sendo aquele adolescente bobo e adorável em nossos corações. O garoto cheio de vida que a vida de forma impiedosa afastou da gente. Por quê? Tinha que ter um porque.

Por quê eu e Camila nos amávamos tanto e não conseguíamos nos entender? Por quê a felicidade tinha que ser efêmera e não podia ser permanente? Por quê Guga e eu tínhamos que nos apaixonar pela mesma mulher?

E por quê gente tão bacana como Pinheiro e Jessé tinha que partir tão cedo?

Muita gente tem medo da morte. Eu tenho medo da vida.

Chegamos em Saquarema e a cidade não estava muito diferente de dez anos antes. Fomos até a praia que tanto usufruímos na viagem anterior. Passeamos por locais tão queridos em nossas lembranças.

Passei pelo local que fui atropelado por Camila e deixei escapar um sorriso. Impressionante como tantas coisas ocorreram desde aquele atropelamento. Era como se minha vida tivesse começado ali.

Fiquei na expectativa de Guga e nada dele aparecer. Resolvemos os três então cumprir o ritual que nos levou até lá.

Fomos até um campo e lá nos aproximamos de uma árvore. Samuel arrumou uma pá e começamos a cavar. Não contei antes, mas todos nós escrevemos cartas dez anos antes dizendo como gostaríamos de estar naquele momento.

Samuel conseguiu tirar da terra o baú que enterramos e abri-lo. Cartas cheias de terras foram tiradas de lá e Bia se prontificou a ler tudo o que estava escrito ali.

Uma a uma as cartas foram abertas.

Bia leu a sua primeiro. Disse que queria ter sua família, um homem que amava, filhos e trabalhar com publicidade. Lembramos que ela não virou publicitária, mas tinha encontrado Nando e poderia conseguir todas as outras coisas.

Bia leu a de Samuel onde nosso amigo dizia que queria ser um astro da música. Rimos e ele comentou que trabalhava como Dj, então não estava muito longe da realidade.

Bia leu a minha. Na minha carta eu dizia que queria reencontrar minha atropeladora e que eu tinha certeza que aquela era a mulher de minha vida. Um silêncio tomou conta do local até que Bia me deu os parabéns dizendo que tinha conseguido.

Samuel perguntou se leríamos as dos outros dois e transferi a pergunta para Bia. Ela achou que era justo e leu a de Guga.

Guga dizia em sua carta que não queria saber de trabalho, apenas gastar todo o dinheiro do pai. Gargalhamos e Samuel comentou que aquilo era a cara de Guga.

No fim Bia leu “e quero que a gente seja amigos pro resto da vida”.

Um silêncio constrangedor tomou conta do local sendo cortado apenas por mim. Eu disse “falta a do Jessé”.

Bia pegou a carta e ficou olhando a mesma fechada sem coragem de abrir. Samuel pediu que ela abrisse e aos poucos Bia abriu. Nossa amiga respirou fundo e leu o que estava escrito.

“Eu quero estar vivo”.

Apenas isso estava escrito. “Eu quero estar vivo”.

Bia começou a chorar e Samuel lhe abraçou. Eu fiquei sem reação, quieto pensando naquilo tudo. Depois de um tempo falei que era melhor voltarmos para o Rio.

Voltamos em silêncio. Voltamos com os fantasmas de nossos amigos vivos e mortos.

Cheguei em casa domingo a noite e Camila dava comida para Gabriel. Ela só notou minha presença um pouco depois e perguntou se estava tudo bem. Eu me aproximei dos dois, fiz carinho na cabeça de Gabriel e comecei a chorar.

Todo choro preso naquela viagem. Camila se levantou, perguntou o que ocorria e pedi que me abraçasse. Ela me abraçou e ficamos ali em silêncio.

Aquela foi nossa melhor noite em muito tempo.

No dia seguinte fui trabalhar e Ananias me puxou em um canto. Estava empolgado e perguntei o que ocorria. O homem respondeu “você tem que ver a gata que foi contratada”.

Perguntei de que gata ele estava falando e Ananias apontou “aquela”.

Olhei e tomei um susto, não podia acreditar.

Era Jéssica.

Sim. Jéssica. Meu primeiro amor, aquela que aflorou meus hormônios em tempo de escola, que foi meu sonho durante tanto tempo e eu sem querer descobri que fazia programa. Aquela Jéssica.

Eu me senti de novo como aquele moleque. Fiquei tímido, sem saber como agir. Ela se aproximou de mim como se me conhecesse, mas não se lembrasse de onde e ao chegar perto de mim perguntou “Toninho? Da escola?”.

Gaguejando respondi que sim e ela sorrindo perguntou “Lembra de mim? Jéssica?”.

Não tinha como não lembrar dela.

Respondi que sim, lembrava e ela comentou “quanto tempo, desde o..” continuei dizendo “o..” até que ela completou falando “melhor não lembrarmos”.

É. Era desnecessário lembrar daquela noite no puteiro.

Dez anos se passaram e posso dizer que o tempo só fizera bem a Jéssica. Estava ainda mais bonita na fase madura. Elegante, linda e com um corpo maravilhoso. Aquela adolescente impetuosa se tornou um mulherão.  

Eu amava minha mulher, mas Jéssica surgiu no pior momento possível para mim.

Depois daquela noite que passei com Camila tudo voltou a piorar. Eu juro que tentava, mas ela não ajudava e nosso relacionamento caía na rotina. Mal saíamos e quando fazíamos isso era para evento de família com Gabriel. Mal no procurávamos na cama também. Eu era homem, sentia minhas necessidades.

Mas respeitava e amava minha mulher.

Só que agora também tinha Jéssica. Todos os dias me encontrava com ela lá e não tinha como negar que a mulher mexia comigo. Atraente, simpática, prestativa, ela acabava preenchendo em parte o espaço que Camila deixava.

Um dia saí com Gabriel em seu carrinho pelo calçadão e várias mulheres paravam para mexer com ele. Falar que era uma criança linda. Eu orgulhoso respondia “tem quase dois anos” e diziam que tinha a minha cara.

Eu estava com autoestima baixa, minha mulher não me querendo então logo chegava a conclusão “se falam que é bonito e que é a minha cara então eu sou bonito”.

Disse isso em voz alta e uma voz surgiu dizendo “sempre foi”.

Quando olhei era Jéssica.

Sorri sem graça e cumprimentei a mulher. Ela se aproximou e disse “realmente ele é lindo e é a sua cara”. Agradeci perguntando o que ela fazia por ali. Jéssica respondeu que morava ali perto e perguntou se eu não queria tomar um choppinho na orla.

Olhei o relógio, respondi que não era uma boa e a mulher insistiu dizendo “só um, não vai doer nada”. Dei um sorriso e acabei concordando com ela.

Sentei com Jéssica no calçadão, começamos a beber e lembrar dos tempos de colégio. Tempo que eu não ria tanto até que percebi a hora e disse que tinha que ir.

Jéssica me abraçou, deu um beijo em meu rosto e comentou “além de lindo é cheiroso”.

Cheguei em casa com Camila reclamando da hora e do cheiro de cerveja. Eu ainda tentava explicar o porque do atraso quando ela sentiu o perfume de Jéssica e perguntou “você estava com alguma piranha?”.

Respondi que não. Contei onde estava e discutimos feio. Camila pegou minhas coisas e colocou no sofá dizendo que eu dormiria ali naquela noite.

No dia seguinte cheguei todo quebrado no trabalho. Jéssica perguntou se ocorrera algo e respondi que apenas dormira mal. Maliciosa Jéssica se ofereceu “se quiser depois faço uma massagem”.

Continuava brigando com Camila e me aproximando de Jéssica, mas sem ocorrer nada demais. Chegou aniversário de Ananias e ele me convidou mandando que levasse Camila.

Camila não quis ir, mas disse que eu poderia. Eu começava a chegar a conclusão que era até um prazer pra minha mulher me ver longe.

Fui na festa, num apart hotel no Leblon e ela estava muito animada, mas eu não conhecia quase ninguém. Apenas Ananias.

E Jéssica que chegou com um vestido vermelho, decotado, de enlouquecer qualquer um.

Fiquei nervoso por não conhecer ninguém, por Jéssica e comecei a beber. Bebi muito e no fim não estava em condições de dirigir. Jéssica me ofereceu carona.

Saí de carro com ela, mas em vez de me levar pra casa me levou ao seu apartamento.

Perguntei o motivo e Jéssica respondeu que era bom que eu tomasse um café forte antes de ir pra casa. Camila não iria gostar do meu estado.

Aceitei seu argumento e subi para tomar o café.

Chegando no apartamento Jéssica disse que já voltava. Voltou com uma camisola minúscula e duas taças de vinho. Estava tão bêbado que nem comentei sobre a camisola, perguntei sobre o café.

Jéssica me entregou a taça de vinho e disse “vamos terminar o que começamos naquela boate”. Falei que aquilo não era uma boa quando ela me beijou.

Não resisti. Correspondi ao beijo e acabei transando com ela.

Cheguei em casa quase de manhã e Camila me esperava sentada chorando. Ela me olhou e perguntou onde eu estava.

Fiquei em silêncio, olhei para o chão, depois para seus olhos e respondi “poderia mentir, dizer que tive uma série de problemas, mas não vou. Eu estava com a Jéssica e dormi com ela”.

Chorando Camila me perguntou “Você já sabe o que tem que fazer né?”. Respondi “sei sim” e fui para meu quarto.

Peguei uma mala, botei roupas dentro, dei um beijo em Gabriel que dormia e voltei para a sala.

Lá encontrei Camila chorando copiosamente. Virei para ela e comentei “Depois mando alguém pegar o restante das minhas coisas”. Andei até a porta.

Abri a porta, olhei para ela que chorava. Fiz menção de dizer algo, respirei fundo e saí.  

Ela chorava na sala e eu do lado de fora encostado na porta.

Perdia a mulher da minha vida.


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