NO REINO ENCANTADO - CAPÍTULO IX - A UNIÃO


Os meninos saíram da sala e encontraram os soldados. Eles andavam sem entender o que ocorria. Os meninos olharam e também não entenderam.

Aquele local deixara de ser um quartel, agora era um parque florido e com animais brincando. A floresta também não era mais escura, as árvores não eram mais feias e nem tinham aspecto agressivo. O Sol surgira sorridente, árvores verdes, bonitas e um arco íris pintou o céu com suas cores dando bom dia ao reino.

Os meninos comemoraram e começaram a se abraçar dizendo que dera certo quando Bia pediu cautela e contou que ainda faltava derrotar irmão e mago ruim. Era hora de retomar o palácio.

No centro do reino as pessoas que vagavam pararam de repente e perguntaram umas as outras o que ocorria, porque estavam tão magras e porque usavam roupas maltrapilhas. Os que iam embora do reino do nada decidiram parar e se tocaram que deviam retomar o reino, não ir embora. Quem comia o crock parou e comentou “que gosto ruim” jogando o chocolate fora. Os membros do comando amarelo em vão tentaram ainda convencer as pessoas a consumir o crock. Mas ninguém queria mais.

Irmão percebeu o que ocorria e foi atrás de mago ruim. Percebeu o mago arrumando uma mala e saindo de fininho e perguntou aonde o bruxo ia com o mesmo dando um sorriso sem graça e respondendo que iria visitar uma tia.

O comandante contou que o dia estava ensolarado, feliz, as cores voltaram e a população recusava o crock. Mago ruim respondeu que provavelmente o encanto de sua irmã fora quebrado e era melhor que desistissem de tudo e fossem embora.

Irmão gritou “Desistir? Nunca!! General Batatinha!! General Batatinha!!”. O general apareceu e irmão ordenou que reunisse o exército e obrigasse a população a comer o crock.

O general foi as ruas com o exército que em marcha seguia para cima do povo, mas o povo não recuou. Muito pelo contrário.

Na frente Bia, Gabriel, príncipe, Miguel, Daniel e verdinho caminhavam de braços dados, atrás a população seguia os meninos. Era uma marcha de umas cem mil pessoas querendo a volta da democracia ao reino.

Marchavam sérios, sem armas, de braços dados e cantando e gritando a música do filme Os saltimbancos trapalhões “Todos juntos somos fortes / Somos flecha e somos arco / Todos nós no mesmo barco / Não há nada pra temer / Ao meu lado há um amigo / Que é preciso proteger / Todos juntos somos fortes / Não há nada pra temer”.

A multidão parou em frente a general Batatinha e seu exército. O homem perguntou “Menininha? Não tem medo do exército?”. Bia respondeu “Maiores são os poderes do povo”.

O general olhou para Bia, olhou para irmão que observava a tudo de um binóculo pela janela, olhou de novo para Bia e cantou “Todos juntos somos fortes..” juntando o exército ao povo e marchando em direção ao palácio.

Irmão gritou “ferrou” e quando foi pedir conselho a mago ruim percebeu que o mesmo sumira. Decidiu fazer a mesma coisa quando deu de cara com rei e rainha.

Irmão sorriu constrangido e comentou “oi maninho, senti saudades, como foram as férias?”. Rei respondeu “Longas, mas acabaram e assim também acaba a sua farra”. Irmão levantou a voz e disse que não tinha medo dele e rei comentou “Você não tem que ter medo de mim, tem que ter medo dela”. Irmão olhou para o lado e tomou um susto dizendo “mamãe!!”.

Era a mãe de rei e irmão que pegou o filho pela orelha e irritada perguntou o que ele tinha aprontado no reino. Irmão pedia desculpas chorando e pedia pra mãe soltar sua orelha enquanto a senhora lhe carregava e dizia “Vamos pro quarto que você está merecendo umas chineladas”.

O reino estava livre. Rei e rainha voltaram ao poder e príncipe voltou ao palácio. A família real saudou a multidão que alegre cantava na frente do palácio a volta da liberdade e das cores. Rei fez um discurso dizendo da importância da volta da democracia e da união entre o povo do reino dizendo “Quando o povo quer, quando o povo está unindo nada lhe detém”.

Depois ordenou que o povo fosse para o jardim que daria uma grande festa para comemorar.

O povo invadiu o palácio e festejou. Um menino feliz corria e balançava a bandeira do reino enquanto muita comida, bebida, fartura e música animavam a festa da democracia. Miguel, Daniel, verdinho, Gabriel e príncipe eram os mais animados enquanto Bia observava tudo de um canto. Anderson e Rebeca se aproximaram da menina e perguntaram o que ela tinha. A menina respondeu “saudade”.

Sim. Ela viveu uma grande aventura e foi feliz no reino, mas sentia saudade de sua casa e sua família, além de tudo não conseguiu resolver o problema financeiro de sua casa. Comentou com lágrimas nos olhos que precisava voltar.

Rebeca abraçou a menina e pediu “Fique, você é a filha que eu sempre quis ter”. Anderson abraçou as duas e disse para sua esposa “O lugar dela não é aqui amor, mas ela sempre estará conosco em nossos corações”.

O rei pediu silêncio a todos e disse que tinha uma homenagem a fazer chamando a menina. Bia perguntou se tinha certeza que era com ela e o homem respondeu que sim.

Bia se aproximou tímida e o rei disse ao povo que o reino só era livre por causa dela. Agradeceu a menina por tudo que ela fez e colocou um arco de cristal em sua cabeça dizendo “Você agora é princesa Bia, princesa do reino encantado”.

Bia agradeceu e o homem continuou “não é só isso, temos um presente pra você”. Pediu que trouxessem o presente e dois homens entraram carregando um saco enorme. O rei pediu que ela olhasse, Bia abriu e viu que o saco estava empanturrado de moedas de ouro.  A menina sorriu espantada e o rei respondeu “Isso é pouco perto do que você fez pela gente princesa Bia. Não há nada mais importante que a democracia, a liberdade de pensar e você nos devolveu isso. Muito obrigado”.

Logo após o homem ordenou que a música voltasse e as crianças puxaram a nova princesa para dançar.

Enquanto isso mago ruim tentava fugir do reino quando deu de cara com mago bom. O vilão disse “irmão, quanto tempo”. Mago bom perguntou aonde iria e o vilão respondeu que pegar uma praia apenas.

Mago bom ordenou que ele não fosse a lugar nenhum e nisso a bruxa da floresta surgiu. Segurando sua orelha uma senhora que assustou mago ruim que balbuciou “mamãe!!”.

A senhora disse “Vocês já aprontaram demais, vamos voltar agora pra casa!!”. Mago ruim ainda tentou argumentar e a mãe respondeu “Sem conversa, você e sua irmã estão de castigo”. Pegou uma vara de condão, abriu um portal mágico e mandou que os três bruxos entrassem.

Mago ruim, mago bom e a bruxa da floresta entraram e antes que a mãe também entrasse comentou “Filhos, sempre dando trabalho”. Ela entrou e o portal se fechou.

A festa continuava e Bia dançava até que encontrou uma pessoa conhecida. O homenzinho de terno verde. O homem, todo contente , se aproximou de Bia e perguntou “O que é o que é o que a zebra disse pra mosca?”.

Bia sorriu e respondeu “Você está na minha lista negra”. O homenzinho já ia rir quando se tocou e respondeu assustado “você acertou!!”. Bia deu um sorriso, um beijo no rosto do homenzinho e voltou a dançar. O homenzinho começou a pular e dizer feliz “Ela acertou!! Ela acertou!!”.

Um tempo depois a crianças dançavam quando outras crianças surgiram de bicicleta e provocaram “Vocês só sabem dançar, aposto que nem sabem andar de bicicleta”. Gabriel, que não levava desaforo pra casa respondeu que sabiam sim e um dos meninos convocou “Vamos apostar uma corrida”.

Príncipe, verdinho, Miguel, Daniel e Gabriel pegaram bicicletas e foram atrás dos meninos. Bia perguntou aonde iam e Gabriel respondeu “Corrida de bicicleta”. Bia perguntou “E a festa?”. Verdinho respondeu “Fica pra depois, fomos provocados”.

Bia, que não recusava um desafio, pegou sua bicicleta e encontrou os outros meninos. A corrida começou e a menina esperta logo pegou dianteira.

Bia corria muito deixando todos pra trás. Absoluta na frente virou para trás, com os meninos longe, e gritou “Vocês não são de nada” sem perceber que corria perigo.

Bia não percebeu que um barranco se aproximava. Tentou desviar, mas não conseguiu e acabou levantando voo sobre o barranco.

De novo.


CAPÍTULO ANTERIOR:

A FLORESTA

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